Você vai pro ensaio sem mochila, com uma roupa simples, mas colorida, pra não pesar muito a notícia.
Ouve as fofocas costumeiras no carro da colega que te dá carona quase todo dia pro ensaio.
Não faz muito contato visual, mais por vergonha que por defesa.
Chegando no ensaio, você se senta relativamente longe, mas num ponto visível, pra que saibam que é importante o que você tem pra falar, mas também é difícil, "fragilizador".
Então você já diz de cara, pra não perder a coragem: "Acho que eu quero me desligar do trabalho, gente."
E todos em volta, imediatamente, te entendem .
Contam também suas dificuldades, usam de inteligência e sensibilidade pra mudar a proposta do trabalho, a fim de que seu coração e os deles continuem vivos ali na sala.
E quando você vê, já está repensando cena, organizado cronograma de trabalho, aprendendo a continuar sem ter que estar morrendo.
Alguns casulos demoram um pouco mais a se abrirem.
E tá tudo bem...
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